O adjetivo vago-a tem por sinónimos ‘impreciso’, ‘indeterminado’:
[1] Tinha uma vaga ideia sobre o assunto.
Usamo-lo também significando ‘que não tem titular’, ‘que está livre’ ou ‘desocupado’:
[2] O cargo continua vago.
[3] Não há quartos vagos no hotel.
[4] Está vago? [o assento, num autocarro]
[5] Foi nomeado para preencher um posto vago.
[6] Há vários terrenos vagos.
[7] Nos tempos vagos gostava de ler.
No vocabulário jurídico fala-se de bens vagos em referência àqueles que não têm dono conhecido.
Como vemos, vago-a é, neste sentido, o contrário de ‘ocupado’, ‘cheio’ ou ‘habitado’.
Enquanto substantivo, uma vaga é o mesmo que um ‘lugar’, ‘posto’, ‘emprego’, ‘cargo’ ou ‘função disponível’:
[8] Ainda não foi provida a vaga de professor de Desenho.
[9] No hospital já não há mais vagas.
! O substantivo vaga (= ‘onda’, também no sentido figurado) nem pela origem nem pelo sentido tem relação com vaga = ‘lugar’.
[10] As vagas esboufavam contra os cons.
[11] A vaga de calor já causou 30 mortos.
[12] Sentiu uma vaga de melancolia e de tristeza.
→ «vago» : preguiçoso.
Recordemos que vago não adquiriu em português, como adquiriu em castelhano, o sentido de ‘pessoa ociosa’, de ‘preguiçoso’ ou ‘nugalhão’ (gz), ou seja, de ‘vadio’. Acrescente-se que ‘vadio’ tem em Portugal e no Brasil uma conotação pejorativa muito forte, bem mais depreciativa do que o castelhano «vago», particularmente no feminino: ‘vadia’ = ‘rameira’.
V. Praça / Lugar / Vaga
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